segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Por Martha Medeiros

Pode invadir ou chegar com delicadeza, mas não tão devagar que me faça dormir. Não grite comigo, tenho o péssimo hábito de revidar. Acordo pela manhã com ótimo humor mas ... permita que eu escove os dentes primeiro. Toque muito em mim, principalmente nos cabelos e minta sobre minha nocauteante beleza. Tenho vida própria, me faça sentir saudades, conte algumas coisas que me façam rir, mas não conte piadas e nem seja preconceituoso, não perca tempo, cultivando este tipo de herança de seus pais. Viaje antes de me conhecer, sofra antes de mim para reconhecer-me um porto, um albergue da juventude. Eu saio em conta, você não gastará muito comigo. Acredite nas verdades que digo e também nas mentiras, elas serão raras e sempre por uma boa causa. Respeite meu choro, me deixe sózinha, só volte quando eu chamar e, não me obedeça sempre que eu também gosto de ser contrariada. ( Então fique comigo quando eu chorar, combinado?). Seja mais forte que eu e menos altruísta! Não se vista tão bem... gosto de camisa para fora da calça, gosto de braços, gosto de pernas e muito de pescoço. Reverenciarei tudo em você que estiver a meu gosto: boca, cabelos, os pelos do peito e um joelho esfolado, você tem que se esfolar as vezes, mesmo na sua idade. Leia, escolha seus próprios livros, releia-os. Odeie a vida doméstica e os agitos noturnos. Seja um pouco caseiro e um pouco da vida, não de boate que isto é coisa de gente triste. Não seja escravo da televisão, nem xiita contra. Nem escravo meu, nem filho meu, nem meu pai. Escolha um papel para você que ainda não tenha sido preenchido e o invente muitas vezes.

Me enlouqueça uma vez por mês mas, me faça uma louca boa, uma louca que ache graça em tudo que rime com louca: loba, boba, rouca, boca ... Goste de música e de sexo. goste de um esporte não muito banal. Não invente de querer muitos filhos, me carregar pra a missa, apresentar sua familia... isso a gente vê depois ... se calhar ... Deixa eu dirigir o seu carro, que você adora. Quero ver você nervoso, inquieto, olhe para outras mulheres, tenha amigos e digam muitas bobagens juntos. Não me conte seus segredos ... me faça massagem nas costas. Não fume, beba, chore, eleja algumas contravenções. Me rapte! Se nada disso funcionar ... experimente me amar!

domingo, 10 de janeiro de 2010

Aparências



Eu não escolho meus amigos pela pele, nem pelas roupas que usam e muito menos pela sexualidade que escolhem. Eu escolho meus amigos pela beleza interior possuem.

Por que eu tenho que ser amiga apenas dos padronizados socialmente?

Eu gosto mesmo é dos exóticos por fora. Eu gosto de desvendar cada mistério e conquistar passo a passo as pessoas. Talvez estes que fujam tanto do “normal” imposto pela sociedade, tenham mais a acrescentar do que aquele boyzinho gatinho com uma cabeça oca em cima do pescoço.

 Por que todos têm que ser iguais? Quem foi que disse que os magros, de cabelo liso, heterossexuais são pessoas boas?

Todos nós temos nossos defeitos e escondemos de todo mundo, por que temos que tornar o meio de vida de algumas pessoas um defeito? Até quando vai o preconceito?

Aliás, quanto do mundo será destruído pras pessoas finalmente entenderem que o que importa é o amor?

Quer saber mais? Se quiser ser emo, SEJA. Se quiser ser homossexual, SEJA. Morena bonita, aceite a cor da tua pele. Menina do cabelo enrolado, aceite a força dos seus cachos. Gordinhos e gordinhas assumam seus quilinhos a mais. Não deixem que sua felicidade se prenda aos pradões sociais.

Afinal de contas, quando você deixar a franja crescer, namorar alguém do sexo oposto, alisar o cabelo e emagrecer, quem vai ser você? Apenas mais uma pessoa comum nesse mundo. Se você acha que é sendo assim que será feliz, experimente, eu garanto o vazio que lhe restará no peito.

Propaguem o amor!

Quando a casca que te envolve, resolver cair, somente ele lhe restará!

Acredite em você mesmo e nunca, jamais, queira ser igual ao resto do mundo.

 

[Tudo começou com uma pergunta ridícula que eu recebi no formspring: “pq vc soh tem amizade com meninas emozinhas e meninos nao tao meninos?”

Pode ter certeza que este tópico vai ser mais um a ser escrito na minha lista inconformidades com o mundo!]

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Bem-vindo 2010


Eu nunca gostei mesmo de números ímpares e 2009 fez jus a minha antipatia por estes. Mesmo porque, foi nesse ano que minhas asas perderam as forças e o passar de cada dia sugou as minhas expectativas.
Eu não sei nem ao menos a quem devo culpar. Fui pega de surpresa. Lá estava eu, como sempre, sonhando, voando entre as nuvens quando subitamente em um piscar de olhos, eu estava ao chão com os pés fincados na terra. Eu não senti o impacto da queda, muito menos a dor e sabe lá Deus quanto tempo fiquei desacordada. Fui perceber o que havia me acontecido quando finalmente a poeira da tempestade que me derrubara, decidira abaixar. Era quase 2010. Ainda não me doía, eu apenas tentava consertar minhas asas sem sucesso.
Os fogos indicando os primórdios de 2010 chegaram, e junto com eles toda a dor. Um filme rodou em minha mente e só assim eu consegui distinguir o culpado. Eu mesma, a culpada por minha situação. Eu fui longe demais em 2008, voei alto demais, amei demais, me doei demais e esqueci da atriz principal de todo drama: EU. Eu dei tanto de mim, que não sobrou nada pra me nutrir. Eu caí. Se fosse só mais um tombo, tudo bem, mas dessa vez eu não consigo mexer os pés. O sonho se foi, a esperança junto com ele e nada me sobrou além do próprio chão.
Ainda bem que 2010 é par. Dessa vez eu estarei bem atenta. Quando conseguir me levantar daqui (e eu vou levantar), meu passos serão pequenos e cautelosos. Não foi porque tudo começou errado que não pode acabar certo. Se o meu conto-de-fadas se queimou em 2009, tenha certeza que já estou escrevendo outro pra 2010. Estou começando o ano, diferente desta vez. Troquei as dez metas por apenas uma: Voltar a sonhar.
Agora, ande! Venha me dar uma mão!
Tenho que recuperar o tempo perdido.