quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Contradição


Uma antítese exagerada.
Uma estrela de novela mexicana sem sucesso, cujo único propósito é buscar a paz.
Não, eu não pedi pra ser assim.
Sim, eu já tentei mudar.
Não, eu não consegui ser diferente.
Eu sou coração mesmo, a razão é meu ultimo recurso.
Sou Peter Pan, Menina Maluquinha, uma historia em quadrinhos.
Acredito em contos-de-fada e não obrigada, não estou afim de ser como você.
Tenho pouco cabelo, estou acima do peso, os olhos são falsos e agradeço. É com essa aparência que te seleciono.
Então não espere grandes transformações.
E não se iluda, meninos perdidos não crescem e eu não vou crescer.
Enquanto você se preocupa com a minha infelicidade, o pó mágico me faz voar.
Calma, não comemore caso o efeito acabe.
Se eu cair, eu me levanto como sempre fiz.
Mesmo que haja choro, mesmo que haja dor.
Eu chego lá e não me troco pelas suas mudanças.
O tempo do amor-próprio chegou.
Prepare os lenços.

domingo, 27 de setembro de 2009

Quasídomo



Te juro que os pneuzinhos a mais, os defeitinhos, as espinhas e os poucos cabelos são coisas das quais pouco interferiram na minha personalidade. Alias graças foi graças a eles que consegui fazer uma boa seleção de quem devo realmente dar certo valor. Posso ter errado algumas vezes, me decepcionado outras, mas foram essas deformidades que logo de cara afastaram cerca de 80% das pessoas fúteis. E os outros 20%?Pois bem, te garanto que somente 1% caminha ao meu lado hoje, os outros 19% se mostraram diferentes apenas nos primeiros meses e logo a máscara caiu.
Esse é o sistema elaborado por mim e usado nas 24 horas do meu dia. Infelizmente confesso que há falhas, que esse método não é completamente confiável e há dias os quais me sinto o Quasídomo. Às vezes o peso desses 80% nas minhas costas é grande demais. Assim, quando começa a machucar eu volto a querer estar nesse paradigma social, nesses 80%. Nessa minha imprudência, esqueço meus valores, caio e novamente percebo que não pertenço a esse lugar. Aí então, eu decido batalhar e corrigir as falhas desse sistema. Começa tudo de novo,  e eu me vejo presa nesse ciclo sem previsão pra acabar. Talvez a culpa seja dos meus planos utópicos,  daquela velha historia que tanto falo sobre  contos-de-fada. Ninguém me avisou que pra ser Cinderela eu teria que ser modelo. Só me disseram sobre o final feliz, o qual não encontro em todo percurso.
Tudo bem, sei que ao ler minhas palavras deve estar se perguntando: “Se seus quilos a mais te deprimem,por que não faz um regime?" Aí que está, eu me deprimo apenas às vezes com a beleza externa, se eu passar a pertencer ao grupo dos notórios a probabilidade da minha tristeza aumentar no meio de tanta futilidade é muito maior. Quando me imagino no grupo de fúteis e hipócritas, é que olho no espelho e adoro cada vez mais as gordurinhas que me sobram.
Como todo texto, eu te indago leitor:
E você? Em qual grupo quer estar?

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Argh!


Eu faço um tremendo esforço pra acreditar nas pessoas diariamente, mas ultimamente têm sido difícil. O sentimento que mais reina é a inconformidade, eu simplesmente não consigo me conformar com a maldade de certas pessoas. SIM, MALDADE! E olha que eu jurei que isso não existia, ou que isso só acontecia em novela. Pra mim na vida real todo mundo só agia por instinto, sem ações meticulosamente pensadas. Não foi que eu quebrei a cara de novo? Como se esse filme já não tivesse passado várias vezes em minha vida.
Parece que tenho um ímã pra atrair gente ruim. Só que o pior de tudo é a minha tolice, infelizmente eu tenho o costume de acreditar demais nas pessoas. Não te conheço? Pode vir pro abraço! Do que você precisa? Argh, como sou estúpida!
Sempre me abrindo pras pessoas, sempre sendo usada pelas pessoas da pior maneira e sempre sendo a ultima a perceber! Dá um tempo, né? Será eu nunca vou me tocar? Parece que eu esqueci dos velhos princípios: primeiro amor próprio, depois amar ao próximo.
Essa solidão de que tanto reclamo, é bem melhor do que a companhia de muitos.
Os meus braços estão se fechando. Não me importa quem sejas tu.
Já está na hora de eu tomar medidas antes nunca vistas.
Se prepare.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Words

Eu nem sei ao certo o porquê de ter decidido começar a escrever. Eu concordo que sempre fui amiga das palavras e sempre tive aquele diário de toda pré-adolescente, mas não sei te dizer quando virou essa paixão tão forte que agora tenho.
Quiçá tenha sido pela melancolia que todo jovem tem, porém essa teoria cai os pedaços quando me vejo quase adulta e ainda brincando com as letras.
Uma vez eu li em uma citação de algum blogueiro, que as pessoas que escrevem, falando de seus sentimentos, são sós. Nessa solidão surge o enredo perfeito das palavras, elas vão se unindo como uma nota seguida de outra em uma música, como os fios do tecido que se entrelaçam.
Já ouvi falar também que pessoas que escrevem estão sempre conectadas com o que há ao redor, conseguindo escrever um texto esplendoroso olhando apenas para um belíssimo pôr-do-sol.
A mais clichê das teorias, é aquela em que o autor escreve pra pessoa amada, ou pra pessoa que um dia amará.
Perdoem-me os irônicos e realistas, mas eu nunca saberia descrever vocês, não que sejam menos importantes, porém o meu local é no sentimentalismo. Eu pertenço as grandes novelas mexicanas, aos desastrosos e lindos contos-de-fada,
Tudo bem, eu posso não entender quando e o porquê passei a amar colocar meus pensamentos em um papel. Entretanto aqui estou.
Só, vendo o sol se pôr, escrevendo pra você, as notas da minha melodia.

domingo, 13 de setembro de 2009

Nós

Duas pontas que se cruzam: passado e presente. O entrelaço forma um nó, e assim um a um é formado em ordem cronológica. O meu passado se torna meu presente a cada laçada e eu como uma simples humana, me perco, me confundo e sofro.Afinal de contas para cada rosto que passa, um nó é dado e a cada história, a intensidade é aumentada.
Alguns se desmancham com o tempo, ou logo em seguida, outros permanecem lá, entrelaçando minha vida na tua, me fazendo te perder por um momento e te reencontrar no instante seguinte.
Os meus nós trazem um turbilhão de emoções diárias que me fazem agir por puro instinto, buscando minha sobrevivência. Talvez esse vai-e-vem seja o culpado pela minha bipolaridade.
E se você me perguntar se eu acho ruim, eu te respondo que não. Enquanto deslizo entre uma parte e outra, eu fujo da misantropia a qual tenho me submetido diariamente. A única parte que considero ruim é quando me perco no caminho entre um nó e outro. Aí, meu coração decide bombear a minha dor para todo o corpo, até que eu volte a caminhar, até eu faça outro nó, ou volte de onde estava.
Agora me dê licença? Eu preciso voltar a tecer meus nós, a dor já me cegou por tempo suficiente.
Vamos lá! Pegue as duas pontas, entrelace.
Um novo nó está sendo dado.


"Um bom nó tem três características: fácil confecção, eficiência em sua utilização, e fácil soltura (mesmo depois de submetido a grandes tensões ou molhado). "
Como será que anda seu nó, hein?

domingo, 6 de setembro de 2009

Cacos



De novo eu arrumei as malas, e comecei a pegar os cacos. Fui colocando cada um em seu lugar e repetindo pra mim mesma: já passou, já passou... eu já não sinto mais nada.

Quando terminei de colar a última pecinha, senti uma dor tão grande invadindo minhas veias. Parecia que ele iria arrebentar DE NOVO. O incrível é que dessa vez eu não sabia de onde vinha a dor. Fiquei tão perdida.

Passei a amar tudo que via pela frente pra tentar supera - lá.

Foi aí que você reapareceu. Ficamos amigos, demos boas risadas e finalmente você me beijou.

E eu, mesmo sabendo que não passaria de um beijo e que eu sofreria novamente, cedi.

Tudo veio à tona. Lembranças, velhos sentimentos, vontade de viver ao teu lado.

Nesses poucos minutos toda dor cessou.

Eu sei, eu sei você nunca sentiu nada disso por mim, eu nunca passei de mais uma pra você.

Depois de usar tudo que podia pra te conquistar e não conseguir, eu entendi que você nunca será meu, porém eu não consigo controlar meus sentimentos.

Agora, eu arrumo minhas malas e recolho meus cacos novamente. Só espero que você não venha arrebentá-lo em mais pedaços.